sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ISETTA - O PRIMEIRO VEÍCULO FABRICADO NO BRASIL










ROMI-ISETTA - Por: Portuga Tavares
Dirigindo o ovinho:
Dirigir um Romi-Isetta é uma experiência única, sem comparação com qualquer veículo da época ou atual. Imagine a cena, primeiro é preciso abrir a porta, entrar de frente no automóvel e virar completamente o corpo, a outra maneira – que é mais simples – é simplesmente entrando de costas, mas isso exige um bocado de confiança das proporções do automóvel, a impressão que dá ao motorista é que vai sentar-se em uma cadeira que alguém a qualquer momento pode simplesmente puxar.




Uma vez confortavelmente acomodado na enorme poltrona vem a lembrança de que se vier um passageiro é preciso se deslocar do centro para a esquerda e o assento ficará menor confortável, passando para o estado de aconchegante, principalmente se houver intenções de se dirigir abraçado a sua companhia.
Devidamente colocado no lugar original do motorista basta puxar a porta pelo volante, sim isso mesmo, o volante se desloca junto com a porta e o velocímetro está lá logo abaixo do volante de direção. Assim que o carro está fechado sente-se como num submarino, realmente por dentro a abertura lembra uma escotilha. Agora vem a parte que merece mais atenção: Dirigir.
Posicionamento dos comandos:
A coluna de direção fica entre os pedais de freio e de embreagem, lembra a da Kombi, a posição do volante também lembra o utilitário da Volkswagen. Dois itens merecem toda a atenção, o primeiro é o freio de estacionamento, que fica na lateral esquerda quase colado ao assoalho e obriga o motorista a se dobrar inteiro para acioná-lo. Abrir a porta facilita um bocado, ainda mais se você tiver a minha avantajada forma redonda, esse é o carro que posso dizer que vesti, na realidade diria mais, a Romi-Isetta é um carro que abotôo.

O segundo ponto de atenção é a alavanca de câmbio que também está do lado esquerdo, na forração da tapeçaria. São quatro marchas que exigem um pouco de contorcionismo, principlamente se o motorista tiver um porte grande, seja no peso ou na altura. A razão dessa colocação, além de não prejudicar o acesso, pode estar no espaço um tanto reduzido na cabine, que implicaria freqüentes esbarrões e cotoveladas no passageiro caso o câmbio estivesse no centro.

O pára-brisa está bem à frente do motorista e quase sem recuo então a visão é boa, os vidros laterais são do tipo bolha. A sensação é de se estar em um aquário, os pontos cegos são mínimos. As janelas são de correr e ventilam pouco em dias quentes convém abrir o teto solar de tecido. Nos dias chuvosos os vidros embaçam com facilidade, mas um ponto positivo é o único limpador que cobre o necessário e garante boa visão do caminho. Cuidado mesmo só com os buracos, o menor deles é grande demais para a Isetta, nesse carro não dá para passar com os pneus dianteiros ladeando os buracos, pois as traseiras são juntinhas e vão cair na imperfeição. De tão pequeno esse sim é o carro onde a expressão "Vestir o Carro" cabe como uma luva!

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