segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Resposta: O Democrata!

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O DEMOCRATA
O primeiro carro brasileiro é o Gurgel BR800, mas antes do engenheiro João do Amaral Gurgel sonhar em ser fabricante de automóveis brasileiros um médico ousou ter o mesmo sonho, seu nome Nelson Fernandes.
Esse herói nacional (muitas vezes esquecido) é o que podemos chamar de revolucionário, no amplo sentido da palavra. Estamos falando de 1964, ano do golpe militar que mergulhou o país em anos sob as rédeas curtas dos militares.
Nelson Fernandes criou um Hospital com o nome de Presidente (uma homenagem a Juscelino Kubitscheck) depois foi à vez de uma fábrica de automóveis a IBAP (Indústria Brasileira de Automóveis Presidente). Os próximos passos seriam um clube de campo e uma fábrica de alimentos. O que esses negócios tem haver entre si? Oras todos faziam parte da mesma cooperativa e assim os participantes teriam saúde, emprego, lazer e alimentação, ou seja, garantias que nenhum governante fez (até hoje).

Essas idéias socialistas estenderam ao direito público de votação, pois é, em pleno regime militar a IBAP promove uma votação para nomear o carro. A transmissão, pela extinta Tv Tupi, dá nome ao automóvel de Democrata.
Esse foi só o estopim que incentivou o grande número de perseguições políticas e boicotes dos grandes concorrentes. A IBAP não consegue nenhum fornecedor para os componentes mecânicos, a alternativa foi importar a importar um projeto Italiano, o “Procosautom” (motor V6 traseiro integrado ao sistema de câmbio e transmissão às rodas), que lembra muito o motor Alfa Romeo da época.

O governo militar passou a invadir e confiscar documentos da IBAP, também fecharam diversas vezes a fabrica para averiguações, o mesmo ocorre com o hospital. Os atrasos são constantes e a mídia especializada da época começa a “duvidar da veracidade do projeto”, por fim, o governo fecha as instalações da fábrica alegando impossibilidade de conclusão dos automóveis. Nelson Fernandes é proibido de fabricar automóveis.

Chico Landi e João do Amaral Gurgel, envolvidos na IBAP seguiram seus projetos pessoais. Cinqüenta motores ficam apreendidos no porto de Santos e até hoje não foram devolvidos, por fim a fábrica vende o material que restou. O sonho concretizou em apenas cinco carros ficaram prontos, um sedan e quatro cupês, desses dois ainda rodam. Provas em movimento de um homem que ousou sonhar!

6 comentários:

  1. Grande Portuga (no sentido literal e figurado, hehehehe), meus parabéns pelo Blog, como sempre prestando bons serviços ao Antigomobilismo! Abraço Renatão Galaxie LTD Landau Branco 73.

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  2. Portuga, não obstante a sacanagem dos militares, a maior foi da propria IBAP, que não conseguiria fabricar os danados. Isso é, pegaria a grana e não entregaria o bem. Isso pelos problemas construtivos e de construção.
    Tenho umas fotos do que sobrou deles, inclusive algumas carrocerias. Se quiser, te mando.

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  3. Opa! Tohmé, eu quero sim, mande por favor.
    Abraços,
    Portuga

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  4. Matéria sensacional! Parabéns!
    Abraços,
    CarZ - rede social automotiva.

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  6. Grabde Portuga! Ótimo artigo. Qualquer dia desses vou ver se mostro a voc~e uma relíquia: meu pai havia comprado na época um título do hospital. Grande abraço!

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